quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

CONHEÇA A TI MESMO!!

CONHEÇA A TI MESMO!!


Naquela época do pouco que conhecia o mundo,
Já os sofrimentos via,
Meus irmãos muitas vezes doentes...
Morreram e foram para o céu

Será que a vida tem finalidade em si,
Ou é uma tremenda “roubada?”.
Eu também sofria...
Os sofrimentos do homem fazem parte,

O sofrimento se não nos torna perfeito,
Pelo menos nos redime,
Nos torna mais reflexivos, mais modestos!
É o parar para pensar...

É aí que a filosofia entra
No mundo não é só o EU
Horrendo e monstruoso que a tudo devora,
Qual esfinge a Édipo proferia o tremendo enigma:
Decifra-me ou te devoro.

A esfinge do egoísmo está a devorar o mundo,
O homem cada vez mais fugindo de si mesmo,
Muito mais fácil por a culpa em Deus, no destino, nos micróbios!
Que enfrentar o enigma: decifra-me ou te devoro ou
CONHEÇA A TI MESMO

Na vida...

Na vida deveria agradecer não só um dia,
Mas todos os dias da vida que me resta,
Por este sol que nos ilumina,
Pelas manhãs tranqüilas de sol,
Pelas manhãs úmidas de chuva.
Pelo orvalho.
Pelo calor que nos aquece,
Pelo frio que nos obriga a agasalhar.
Pela alegria que nos aquece o coração.
Pela tristeza que abala nossas raízes e nos obriga a crescer.
Pelo prazer que nos faz esquecer.
Pela dor que nos faz lembrar, quantos finitos somos,
Que o orgulho não vale nada.
Pela oportunidade de crescermos neste lapso de tempo que aqui estamos.
De amar.
Venerar.
Ajudar o nosso próximo.
Lutar contra nossas fraquezas.
Aperfeiçoar.
Não esquecer da:
Humildade,
Caridade,
Fidelidade.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Um pouco de política

Ontem o presidente estava fazendo discurso aos prefeitos brasileiros, promovendo a eleição da ministra Dilma Roussef, perdão se erro no nome da mesma. E fez uma embolada com as estatísticas sobre analfabetismo no Brasil. É uma vergonha, nós somos o 15º país da América em taxa de alfabetização. Os índices de analfabetismo no Nordeste, somados aos analfabetos funcionais beiram os 50%. Por que o nosso presidente ao invés de se preocupar com o Kassab, também não sei o que o Kassab tem com isto tudo, não promove a alfabetização do país. Ele seria um grande catalizador de uma campanha nacional dada a sua popularidade. Mas nada disto, a Russia está às portas da América Latina com o maior navio nuclear do mundo, o Pedro o Grande, e o Lula nada diz. É preciso menos política e mais realizações.

A rotina

Às vezes a rotina tolda-nos os olhos e não enxergamos muita coisa importante. “Um homem cavava o solo à procura de raízes e encontrou um tesouro” (Gibran). É preciso descobrir a beleza da vida, mesmo na dura rotina do dia a dia e separar o joio do trigo. Pois fui à padaria e veja o que encontrei escrito num saco de pão:
“Cultive a força do espírito para proteger-se num infortúnio inesperado, mas não se desgaste com temores imaginários, muitos medos nascem da fadiga ou da solidão, acima da benéfica disciplina seja bondoso consigo mesmo, você é filho (a)do universo, não menos que as arvores e as estrelas, você tem o direito de estar aqui, esteja claro ou não para você, sem dúvida, o universo só se desenrola como deveria. Portanto esteja em paz com Deus qualquer que seja sua forma de conhecê-lo, e sejam quais forem a sua lida e suas aspirações na barulhenta confusão da vida, mantenha-se em paz com sua alma. Com todos os enganos e sonhos desfeitos, este é ainda um mundo maravilhoso.”

A eternidade é muito longa para uma vida.

A eternidade é muito longa para uma vida.

Olho a água cair na rocha: constante, contínua e eternamente!
Olho a casinha branca a sumir na curva do caminho,
Olho as boas noites a desabrochar,
Quando o sol à tardinha vai sumindo...

Tudo são lembranças minhas,
Da velha infância a gente vive a recordar,
Como os sonhos da juventude voam para muito longe,
Deixando só um perfume no ar.

Perfume das lembranças, vendo minha mãe à janela,
Seu jardim a observar,
Sentindo ao crepúsculo as flores da boa noite,
Seu perfume a exalar.

Mas ao se aproximar também meu crepúsculo,
O ocaso da existência
Vejo que vale a pena recordar,
Mas o sorriso, a dor e a flor,
Passam rápido demais,

Só ficando o perfume das lembranças a exalar.
E vejo que a eternidade é muito longa para uma vida.

Luiz Antonio de Almeida – Poeta bissexto














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Contrastes

Amanheceu...
Tudo se renovou, a chuva caiu,
O carro passou,
A vida continuou...

Escureceu... Com a ida do sol,
A vidraça apresentava um matiz azulado,
No contraste sombra-luz, crepúsculo
É o contraste da vida, com seus opostos,
Tristeza-felicidade, amor-ódio, vida-morte,
Infelicidade-sorte...

Tudo interligado, na teia da existência,
Não há saciedade sem fome, não há crime sem castigo,
Não há dia sem noite, não há amor sem ódio,
Tudo faz parte da vida,
Nascimento, crescimento e morte.

A Santa Cruz

Pela época de 1950, as estradas não eram asfaltadas e os caminhos eram geralmente de terra batida, causando grande dificuldade à locomoção de veículos sobre rodas, mormente caminhões e automóveis, quando chegavam às chuvas, então as estradas ficavam intransitáveis. O povo era muito religioso e temente a Deus. E em todo caminho ou estrada era difícil não ver alguma Cruz, assinalando o local onde alguém tinha morrido de algum acidente ou até mesmo assassinado. Havia uma Santa Cruz muito importante na estrada que levava ao Bairro do Rio Acima, que constituía de Capelinha muito bem cuidada que era denominada Santa Cruz do Carioca. A história desta Santa Cruz remonta os tempos da revolução de 32, também chamada de Revolução Constitucionalista, teve este nome porque o Estado de São Paulo juntamente com o Estado do Mato Grosso se rebelarem contra o governo Central de Getúlio Vargas. Minas Gerais e Rio Grande do Sul, tinham ficado de apoiar São Paulo, mas na hora “h”, roeram a corda, ficando São Paulo praticamente sozinho. As hostilidades duraram cerca de três meses, terminando com a capitulação dos paulistas no Campo de Batalha, houve oficialmente pelo lado paulista cerca novecentos mortos. Sendo o maior conflito armado no Brasil no século XX. Após este preâmbulo, queria contar a história de um Tenente Carioca, que morreu em terras paulistas, durante a revolução. Como era costume da época ergueram esta pequena Capelinha citada no início da história. A Capelinha ficava quase no alto de um morro, que dominava boa parte da paisagem em volta por vários Kilômetros. De modos que o local constituía um bom mirante e um ponto estratégico na guerra. E o oficial carioca ao fazer suas observações no alto desta colina, certamente foi atingido por uma bala perdida que se alojou em sua clavícula. Naturalmente a referida construção ficou conhecida como Santa Cruz do Carioca em homenagem ao herói morto em combate, era constantemente enfeitada de flores, pelos moradores do bairro. Dizem ainda que o Carioca fazia milagres a quem fizesse orações sinceras ou acendesse uma vela em homenagem ao oficial que tombou em cumprimento do dever. Ficando um marco no caminho que leva à São Luiz do Paraitinga. Lembrando tão sangrenta guerra fratricida daqueles idos tempos, muito bem relatada pelos nossos avós que viveram intensamente os combates que então se travaram em terras paulistas.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O tempo



Antigamente tudo era muito devagar seguia mais ou menos o ritmo das estações, o ritmo das colheitas, a marcha dos astros. Daí por muito tempo o homem observar o céu e ver a posição dos astros que o auxiliava na navegação e também seguindo sua localização, os astros serviam para a previsão do futuro. Em tudo parece que a natureza colocou um tempo, o tempo de nascimento dos animais, o tempo da colheita, o tempo das águas, o tempo das secas. Até o ponto em que nos Salmos se afirmarem “Que há tempo para tudo debaixo do sol”. Mas nos últimos tempos, digo de um século para cá, o homem subverteu a ordem dos acontecimentos, tornou-se uma espécie de “Deus”, com invenção de máquinas cada vez mais sofisticadas, quebrou recordes de velocidade um atrás do outro, no início se andasse mais que 20km/hora, que seria mais ou menos a velocidade do homem a pé, poderia ocorrer alterações com a fisiologia humana, ou seja, o funcionamento dos órgãos. Inventou-se a máquina a vapor e as locomotivas superaram facilmente este recorde e nada aconteceu a não ser o progresso humano. Após isto se inventou o motor a explosão ou a combustão interna. Estavam inventando ao mesmo tempo o automóvel, e as locomotivas foram facilmente superadas e nada aconteceu. Com velocidades estonteantes para a época, início do século XX, em torno de 80 km por hora. Daí em diante os recordes de velocidade foram cada vez mais quebrados. Chegando aos aviões a jato em que se superou em várias vezes a velocidade do som, em termos de Km/hora. Este supera mais de 3000km/hora. E nada aconteceu. Agora aparece na internet, algo como o tempo está passando mais rápido que antigamente. Acho que isto mais parece uma ilusão, já me parece pelo que tenho de informações a terra está rodando mais rápido só um segundo em relação aos relógios atômicos, ou seja, houve uma defasagem mínima de tempo. Mas quem falou ou escreveu isto não está totalmente errado. Pelas leis de Newton ainda está tudo certo, mas pela teoria da relatividade de Einstein, realmente a velocidade interfere com o tempo, principalmente se ela for próxima da luz, dois corpos no espaço em velocidades diferentes tendem a percorrê-lo em tempos diferentes, parecendo quanto mais veloz mais rápido o tempo passa em relação a um observador externo. E tanto verdade que a Lei da Relatividade se aplica a corpos que circulam a terra como satélite artificiais em que para se medir o tempo tem que ser levadas em consideração sua velocidade. Ou seja, para estes corpos o tempo passa mais rápido. Enfim o homem saiu leis da criação, as próprias leis evolutivas de Darwin não se aplicam mais ao homem civilizado que faz seu ambiente e não sofre mais influência deste. Até aonde vai parar esta criatura criada por Deus ninguém sabe. “O grande filósofo Nietzsche afirmou:” O homem é uma corda estendida entre o animal e o Super-homem - uma corda sobre um abismo. É perigoso vencer o abismo- É perigoso ir por este caminho- É perigoso olhar para trás- É perigoso ter uma tontura é parar de repente! O que se pode amar no Homem é ser ele transição e perdição.”

Considerações sobre a vida

A vida é um sonho no qual de repente a gente acorda e percebe que o sonho acabou.
É claro que às vezes os mesmos têm características de pesadelos, um sonho ruim que a gente se esforça para acordar, mas na maioria das vezes os sonhos são aconchegantes e nos trazem boas lembranças ou desejos insatisfeitos e ou frustrações. Revendo a vida, passa um filme em nossa cabeça: com drama, comédia, sorrisos e lágrimas se entremeiam, formando o enredo do filme, que só termina com a nossa morte. Pessoas notáveis, artistas tem mesmo sua vida reproduzida em filmes e ou livros com as passagens mais importantes. Não podemos compreendê-la totalmente, jamais. Já se disse que o melhor é aproveitá-la em tudo o que ela tem de sabor, de sonho, de alegria, de aventura. Na juventude aproveitamos melhor a vida porque não estamos presos a coisas mesquinhas, tais como dinheiro, posição social, status, etc. Já que os jovens vivem o presente e não perdem tempo com dias passados e nem futuros. Vive o presente em toda a sua intensidade. Soltam-se mais, libertam o espírito, a criação, a emoção, a paixão. Um velho dificilmente se apaixonará. A paixão é característica da juventude que carrega em seu coração a chama da vida. O velho vive o passado. Não mais cria, apenas conserva e vive do que passou. A arte de viver bem é sempre procurar desafios, mas sempre proporcional a nossa capacidade. Os desafios e as dificuldades nos colocam obstáculos a vencer, a serem transpostos. Muito embora nosso modo de vida brasileiro não seja elogiável em quase nenhum aspecto. Na Dinamarca, país com um dos melhores níveis de vida do mundo, em que se nasce com praticamente tudo garantido, Escola, Moradia, Universidade e Assistência Médica da melhor qualidade. Deparamos com um nível de dificuldade de vida praticamente inexistente, o que torna a vida insípida e sem desafios: com índices alarmantes de suicídios e alcoolismo. Acho que a vida deve ter um nível médio de desafios, nem o abandono brasileiro e nem a superproteção excessiva de certos países.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

No Jardim do Paraíso

Vivemos num mar de dúvidas, a única certeza a morte. A grande interrogação de todos os tempos: Há vida após a morte? Já tentaram responder a esta dúvida; grandes filósofos e pensadores de todos os tempos debruçaram sobre este tema, sem resultados satisfatórios. A lógica nos diz que não, se seguirmos para o lado da filosofia materialista, mas também há grandes pensadores que afirmam o contrário, muitas vezes baseado nesta mesma lógica. O homem baseado nesta mesma finitude, procura por todas as maneiras deixar marcas para os seus pósteros. Desde as pinturas rupestres do homem das cavernas às grandes pirâmides, passando por grandes monumentos pré históricos até a ponte do Golden Gate. O certo é que há no homem algo que o transcende, que vai além dele que é o nosso pensamento e imaginação
Dizem os materialistas que é tudo bioquímico, afirmam os espiritualistas que no pensamento e imaginação estão a chave do espírito e da transcendência. Existem vários estados de consciências desde a vigília até a sonolência, o coma virgil, e o coma profundo. É interessante assistir ao filme, “Fale com ela”, em que uma paciente voltou de um coma profundo, mediante diálogos e estímulos sensoriais. O cérebro e a mente ainda são uma caixinha de surpresas. Ainda existem os estados alterados de consciência provocados por drogas naturais ou sintéticas, “O Santo Daime”, que é uma planta alucinógena, até drogas tipo LSD, diz-se Ácido Lisérgico. Mas existem os estados ditos alfas, que se manifestam naturalmente, embora raros. Por outro lado existem mestres orientais que são especialistas em técnicas de Yoga em que chegam ao chamado Nirvana, que seria talvez o desprendimento de si mesmo. Um tal estado em que a dor, o sofrimento e outras sensações sensoriais seriam abolidas. O certo é que somos formados por vórtices de energias denominados Chakras, existindo ao todo sete: Chakra Base, Esplênico, Plexo Solar, Cardíaco, Laríngeo, Terceiro Olho e da Coroa. Em resumo existem muito mais coisas além da simples matéria que se corrompe facilmente e vai se extinguir.. Vou relatar um caso que aconteceu comigo, muito interessante. Era uma bela noite de verão, o céu se apresentava bem límpido, não havendo nada que toldasse a visão de um lindo céu estrelado com a Via Láctea cintilando. Estávamos na casa de meu tio numa região rural de São Luiz do Paraitinga, meu pai e meu tio conversavam sobre plantações em geral, como fazem os bons agricultores. A casinha era pobre, coberta de sapé, chão de terra batida, enfim desprovida das riquezas do capitalismo moderno. Ou seja nada nos distraia, a noite era perfeita, exceto os ruídos habituais de qualquer noite numa região rural bem afastada da cidade diga-se de passagem. Deitado de costas comecei a mirar as estrelas, quando que quase por milagre me vi envolvido pela Via Láctea, subi aos céus! Me vi envolvido pelo todo, pelo universo, coisa maravilhosa! Já não ouvia mais nada, por um átimo fiz parte do Todo. Mas isto é uma verdade, nós não pertencemos a este mundo do qual somos passageiros, mas somos cidadãos do Universo ao qual pertencemos, as estrelas são nosso lar. Só que estamos dele separados, anjos caidos que somos, por nossos pecados fomos expulsos da harmonia universal. Mas o homem nunca sossegará, sempre procurará a condição que perdeu no Jardim do Paraíso.
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Uma história de assombração

Está muito em voga as histórias de assombrações e de terror as chamadas casas "mal assombradas". Pois contá-se que há muito tempo atrás, numa dessas casas de fazenda antiga, da época da escravidão que era mal assombrada. Dizem que na referida fazenda aconteciam coisas que até Deus duvida ou o Diabo, não sei. O fato é que tal fazenda estava já abandonada há muito tempo e que ninguém morava lá, talvez por causa das tais assombrações. Que lá existiam almas penadas, que assustavam os viajantes incautos que lá pernoitavam. Pois vamos aos fatos, dizem até que ocorrido foi verídico mesmo, aconteceu lá pras bandas da Serra de Catuçaba. Tinha um caboclo por nome Zé Romão, destemido e valente, destes que pegava boi a unha e não tinha medo de assombrações. Pois o referido, embora avisado por pessoas amigas, teimou que iria pernoitar na referida mansão, embora os amigos tentassem demovê-lo do contrário. Este talvez para aumentar a coragem levou umas pingas, dizem que a marca da "marvada" era Luizense e é claro tomou uns bons goles. Para sua surpresa de início nada ocorreu, só barulhos de ratos no forro da casa e de aves nocturnas em volta do referido casarão. Mas quando chegou por volta da meia noite, começou um barulhão danado que vinha exatamento do forro da casa que era muito antigo e bastante esburacado. Alguém gemia parecendo estar com muita dor ou sofrendo grande aflição! Quando para sua surpresa e terror a tal "assombração" falou com uma voz muita cavernosa, dizendo: Eu caio!, tornando a repetir que ia cair várias vezes. A pessoa já bastante assustada, disse: pois então que caísse. Para sua surpresa caiu só um braço da tal assombração, que repetiu novamente que ia cair, nova afirmação para que então caísse e caiu outro braço e assim por diante foram caindo todos os membros e finalmente o tronco e formou-se então um homem. Este então disse para Zé Romão que cavasse em determinado local da casa o que foi feito; a aparição lhe disse que fora um senhor de escravo muito ruim, que maltratara muito os seus servos e que era muito sovina e escondera no local um tesouro incalculável e que metade do tesouro seria de Nossa Senhora, e um quarto para as almas e um quarto para os pobres. O corajoso homem cumpriu a promessa para com Nossa Senhora por que com esta não se brinca, mas depois pensou bem: alma eu tenho, pobre eu sou e acabou ficando com a outra metade do tesouro, dizem que o destemido homem foi feliz pra sempre e ainda vive em algum local, lá pros lado do Macuco. 2 comentários 06/10/08 de passaro errante Excluir
Editar Visualizar reminiscências: A vida é passageira 03/10/08 de passaro errante Excluir
Editar Visualizar O vôo da águia

Os tambores de minha infância

Era noite escura. Destas que o povo da roça diz: "Escura que nem um breu". Aí você podia saber que era escuro mesmo, não se enxergava um palmo em frente ao nariz. Aí então meu pai resolveu ir a uma festa num bairro de quase uns 5km de distância. Distância esta que hoje pode ser transposta com grande facilidade e sem percalços. Mas imagine há mais de cinquenta anos atrás, nem havia iluminação de lampiões, só lamparinas: objeto rústico de iluminação, cujo combustível é a querosene. Além de iluminar muito pouco tinha um cheiro horrível e não servia para iluminação externa, pois apagava-se facilmente com o vento. Lá vai nós para a festa, papai mais um amigo e eu que na época era um menino pequeno. Escuridão total nos envolvia nada se enxergava, nem mesmo o próprio caminho. Só não me perdi porque meu pai ia me guiando pelo cabo do guarda-chuva no qual eu ia grudado e não soltava de jeito nenhum. Chegamos a tal festa, mas não era junina e sim muito diferente. Havia uma enorme fogueira de troncos e os convivas dançavam em torno da mesma, uma dança estranha que eu nunca tinha visto, ao som de um tambor. Era mais ou menos assim: Fazia-se um circulo ou roda e os festantes iam rodando e batendo com a barriga entre si, tudo ao som ritimado de um tambor, tal dança chamava-se Jongo, de origem africana. Tal folclore já não se vê mais, a modernidade está extinguindo aos poucos as tradições, esquecemos as nossas origens, sem tradições um povo não se referencia, perde aos poucos suas origens e vira presa fácil dos gatunos e dos banqueiros. Ao voltar para casa embora tal festa tenha me divertido.O som daquele tambor ficou em minha cabeça batendo, mesmo depois de horas de não mais ouvi-lo. São os tambores de minha infância, que ainda ecoam distantes, através da noite escura. Ficaram distantes, mas ainda ecoam aqui no meu peito. E trazem uma saudade infinita daqueles tempos que não voltam mais.
rascunho 15/10/08 de passaro errante Excluir
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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O vôo da águia

Tem pessoas que pressentem o momento da partida, são como águias: voam rápidas e para longe em direção ao infinito, como se fosse um sonho da juventude. Estas pessoas não só pressentem a hora, como muitas vezes avisam os amigos que o momento está próximo, muitas vezes chegam a prever dia e horário. Assim foi meu velho professor de matemática que bom professor que era, neste dia esmerou-se paracendo ser sua última aula e era, nos dava conselhos futuros enfim a aula era magistral, no final do dia faleceu em desfeccho rápido. Minha mãe um mês antes de seu desenlace me avisou em sonhos, dizendo
__ Filho isto são coisas da vida. Como a dizer isto é natural, normal, como se diz aquela música é como numa estação tem gente que chega, tem gente que parte! O grande dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, pressentiu o grande momento, quando em uma crônica magistral registrava o "Um Amor que morre", mas será que morre mesmo? ou sobrevive em outros corações? Mas desculpem tem pessoas que são como galináceos persistem a ficar pregados nesta terra, cheios de barro e com asas pesadas jamais alçam vôo. Se fixam em coisas comezinhas, detalhes, alfinetes e jamais alçarão o vôo da Aguia. Partindo para o infinito como um rufar de asas, imitando a grande e magestosa ave rascunho 03/10/08 de passaro errante Excluir

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A Sétima Arte

Eu sei que são reminiscências, ou seja contar fatos passados. No meu tempo era assim ou assado, e a vida era bem melhor. Vou citar um exemplo o caso das enchentes de Santa Catarina ou da Seca no Nordeste, desde mil oitocentos e “bolinhas” que tais fatos acontecem e ninguém toma providência, muito menos os governos e os desmatamentos criminosos continuam, os rios são assoreados, saindo facilmente dos seus leitos, causando as ditas inundações. Se houvesse a prevenção tragédias desta magnitude não aconteceriam. Mais a minha história pretende ser muito mais amena, não quero falar de enchentes e catástrofes e sim de cinema. Era criança, morava na roça e o dia em que vi o cinema fiquei maravilhado com as imagens e as histórias. Saudades daqueles matinês em que torcíamos por Durango Kid, Roy Rogers, Zorro e Cia., era uma farra e havia até apostas para ver quem ganhava: o mocinho ou o bandido. Lógico que era marmelada, pois os bandidos sempre perdendo para os nossos heróis para a alegria da petizada. Que lutavam horas inclusive muito bem barbeados, roupa impecável, com seus indefectíveis chapéus na cabeça, que nunca caiam, e os mocinhos é claro eram imortais. Depois vieram as superproduções: Ben Hur, Cleópatra, os Dez Mandamentos, Quo Vadis. As divas do cinema, quem daquela época as esquece? Ava Gardner, Rita Hayworth, Sofia Loren , Lana Turner, Kim Novak entre outras. O Brasil teve até uma companhia de cinema importante a Atlântida onde pontificavam Oscarito e Grande Otelo entre outros. Havia o Neo Realismo italiano em que se procurava aproximar o máximo possível da realidade, aproximando-se o filme do documentário, isto aconteceu logo após a guerra em que diretores inteligentes bastante agastados com a farsa do fascismo, produziam um cinema mais próximo do marxismo, das classes operárias, assim podemos citar Romma cità aperta, Ladri di biciclete, como filmes dessa linhagem, os principais expoentes desta fase são diretores tais como: Vitório de Sica, Roberto Rosseline. Com o cinema Europeu elevando o nível do cinema para uma verdadeira arte, a Sétima Arte. A cidade por mais pequena que fosse sempre tinha o seu cinema para exibição dos filmes. Aí então veio a Televisão que aos poucos foi concorrendo com os nossos cinemas, de início discretamente, mas outras tecnologias audiovisuais foram surgindo tais como o Vídeo Kasset e finalmente os DVD que tornaram possível até mesmo uma sessão de cinema em casa, com todo o conforto que isto traz. Mas a sociedade perdeu muito com o fim dos cinemas que gradativamente foram sumindo das nossas cidades, sendo as casas de espetáculo substituídas por igrejas pentecostais que foram instaladas no local. O cinema com seus recursos audiovisuais foi amplamente utilizado por ditadores fascistas, vide Getulio Vargas no Brasil e Mussolini na Itália que perceberam o seu potencial de penetração popular, ao lado da diversão procurava-se catequisar as massas para as suas causas políticas. O diretores italianos o usaram como instrumento de crítica da sociedade da época, fazendo o povo pensar. Mas também por outro lado revestiram-no de verdadeira arte. Atualmente virou diversão eletizada, subsistindo praticamente só em Shoping Centers. Acabou o cinema como arte cinematográfica, só existindo praticamente o cinema comercial de Hollywood. O ideal seria associar a arte cinematográfica, espírito crítico dos diretores italianos ao fator diversão e entretenimento. Por fim o cinema brasileiro depois de um período de mesmices e imitação do cinema norte americano, renasce como arte, faz bem o governo em incentivar a arte cinematográfica através de leis, pois faz parte da cultura do povo e constitui a Sétima Arte. 1 comentário 02/12/08 de passaro errante Excluir
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A Deusa Nórdica

Tinham flocos de neve em seus cabelos que brilhavam com o sol,
Mas a menina era tão frágil, pequenina, desamparada que dava dó,
Vivia naqueles descampados imensos do começo do mundo,
Quando o mundo começou tudo era grande e desconhecido,
O homem vagava por espaços imensos...
E imensos também eram os perigos,

Mas apesar dos perigos a menina cresceu e se tornou moça,
E os seus cabelos cor de sol, ficaram acobreados, cor do sol poente,
E foi a moça mais valente da tribo, liderou revoluções, enfrentou perigos,
Sempre com uma coragem fora do comum,
E seus filhos tinham também o cabelo cor do sol,

Os descendentes dela formaram os povos nórdicos, adoradores da aurora boreal,
Grandes guerreiros do Valhala, adoradores do deus Odin.
Acredita-se que o Valhala é o paraíso nórdico, para onde vão os guerreiros depois da sua morte no campo de batalha.
Todo povo não é bom nem ruim, eles lutaram pela sua sobrevivência num mundo extremamente adverso.

Agora pergunto como deixaremos a terra para os nossos descendentes?
É muita responsabilidade, parece que estamos num banquete no ultimo dia do
Juízo final. Temos que apresentar nossas contas do que fizemos com a terra.
Gaia sofre por seus filhos, florestas inteiras são sacrificadas ao deus do consumo.
Aonde iremos agora, para o Apocalipse? Nuvens aterradoras assomam-se no horizonte.
Parem agora ou será tarde demais.

Autor: Luiz Antonio (poeta bissexto) 23/11/08 de passaro errante Excluir
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Desculpem-me, mas sou matuto

Desculpem-me, mas tenho que contar minhas histórias, que invariavelmente se originam no meio rural, onde nasci e me criei. Foi onde tirei minhas experiências infantis, perdão, mas sou caipira. Nasci em casa de pau a pique, casa de caboclo. Nasci em uma palhoça: coberta de sapé, terra batida, dizem que as casas de caboclo, mormente do Vale do Paraíba são de influência indígena. Vi e testemunhei a labuta do campo, a luta do homem contra os elementos naturais, a natureza muitas vezes indomável, ser domada pelo homem do campo. Já dizia Euclides da Cunha: “O Sertanejo é antes de tudo um forte”. Hoje é tudo diferente, em tudo se despendi muito menos esforço, a modernidade e as facilidades da vida moderna chegaram também ao campo. Mas antigamente, tudo era muito difícil, poucas facilidades havia, muitas vezes os sertões tinham que ser desbravados, a custa de machados e também muito fogo. Para se iniciar a agricultura, a criação do gado. Éramos no meu ver os mais afastados do Bairro, morávamos mesmo muito próximos às montanhas escarpadas dos contrafortes da Serra do Mar e de lá havia uma vista tão privilegiada, descortinava-se tão lindo panorama, que até hoje ainda tenho os olhos inebriados por tal visão maravilhosa. Até hoje agradeço por ter tido tal privilégio de uma paisagem tão deslumbrante. Quando os bens materiais nos permitiram fizemos uma bonita casinha branca, já com algum conforto, que hoje chamo de a “Casinha branca da Serra”, mas pouco lá moramos. De repente aquele mundo de festas rurais, de tradições, onde se dançava o Moçambique, o Cateretê, a moda de viola, os melhores cantores eram Tonico e Tinoco, começou a desmoronar. De repente o Brasilzão rural, da rapadura, do fogão de lenha, começou acabar. Surgiu um Presidente, um tanto maluco, que queria transformar esta sociedade rural em cosmopolita, urbana, de uma hora pra outra. De repente eram levas de migrantes, todos indo pra cidade grande, trabalhar nas fábricas recém inauguradas, acho que foi um choque, um trauma, pois não houve transição. Retirava-se do meio rural tranqüilo, preguiçoso até mesmo, o nosso Jeca Tatu, teve que mergulhar na cidade grande, diria até sem um certo preparo. As nossas cidades não cresceram, simplesmente incharam, e os problemas urbanos acumularam-se sem solução até hoje. Mas eu minha família ao lado de minha mãe demos do alto do morro a ultimada mirada à “Casinha Branca da Serra”, e não é preciso dizer me cortou o coração. Daí então esta saudade que me mata, e então o meu jeito matuto, macambúzio. Tudo isto vem do mato, da querência que ficou pra trás. E que jamais esqueço.

Luiz Antonio de Almeida itens compartilhados

Sobre eu e meu blog

Gosto de escrever, não o escrever por escrever, mas até uma necessidade intrínseca de me expressar, de transmitir algo, um pensamento, com ist0 eu possa despertar algo de bom em meus amigos. Muitas vezes mesmo é meu desejo de comunicação, já como disse uma amiga, sou tímido, então a comunicação verbal direta estaria dificultada, então a comunicação via internet mil vezes potencializada. Diga o que disserem, mas o computador aproximou as pessoas, que muitas vezes estavam distantes, e tinham poucas possiblidades de comunicação. E os "bloguistas" podem então dar asas a sua imaginação e exercitar as suas potencialidades, que terão mais ou menos leitores de acordo com suas possibilidades e capacidades. O meu blog é geral, pois trato de qualquer assunto, moderno, contemporâneo, assuntos atuais, problemas brasileiros e outros tantos.

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