Pelos caminhos de minha vida
Chegou a primavera dizem a estação das flores. O calor intenso já vinha anunciando a próxima estação: sol causticante, calor infernal, a ponto que no meio do dia ser difícil sair na rua e enfrentar o sol a pino. O asfalto parece que começa a fumegar e a soltar um vapor quentíssimo. Mas agora não; desde o final do mês de setembro e início deste mês os metereologistas começaram a anunciar chuvas que não tardaram, vieram de início bem mansas, mas constantes praticamente o dia todo. Agora parece que o verão se estabeleceu mesmo a sua majestade. Pois faz calor forte a partir das dez da manhã acentuando-se ao meio dia até umas 15 horas, depois o céu escurece parecendo início da noite, mas puro engano, são nuvens negras de chuvas, arma-se tremenda tempestade com muitos raios e trovões e o toró desaba. Daí uma hora vem à calmaria, a trovoada foi embora, restando um vento gostoso, desapareceu o calor e a temperatura bem mais agradável. Os tempos mudaram muito, ai que saudades da infância, os tempos eram bem mais regulados, as estações bem definidas. As chuvas começavam em setembro e terminavam em março, chovia muito, mas sempre no tempo certo. Com densidade populacional menor as pessoas não moravam em barrancos, de maneira que não havia acidentes e ninguém ficava soterrado. Enfim a vida era mais tranqüila. A gente ia à escola a pé, percorrendo vários quilômetros por pastos, caminhos de gados, regatos de águas cristalinas, matagais, caminhos estreitos. Buscar as luzes do saber, quando havia orvalho e na roça isto era muito comum, a gente não queria ir à escola, então minha mãe dava a opção: ir à escola e enfrentar o orvalho da manhã ou então enfrentar a surra com vara de marmelo. Diga-se de passagem, eram bem doída, as varadas, embora desferidas com muito carinho, pois objetivava corrigir os filhos e trilha-los para o caminho do bem e da luz. Além do mais a vara era da ponta do marmeleiro, curtida na fumaça do fogão de lenha e depois descascada. Ficava fina e flexível, mas aplicadas no lombo com certa força doía muito e fazia um pequeno calombo que logo desaparecia. Diante desta opção o orvalho era enfrentado com galhardia e logo estávamos na escolinha. É claro e a mama sossegada com os filhos estudando. Assim eram as mães de antanho, rigorosas com os deveres dos filhos, mas carinhosa e solicita. Quando chegávamos havia um bom guisado geralmente de carne de porco, arroz e feijão que deliciávamos, pois estávamos com fome e cansados. Assim eram os tempos idos, muitas vezes cansativos e cheios de deveres, mas também cheio de delícias e brincadeiras, coisas deliciosas que não mais existem, como por exemplo, melado de cana, torresmo, bolo de fubá, comida caseira preparada no fogão de lenha e panela de ferro. Frango com canjiquinha e outros quitutes do “bico da orelha”, como se costumava dizer. Assim foi minha infância ditosa.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
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Luiz Antonio de Almeida itens compartilhados
Sobre eu e meu blog
Gosto de escrever, não o escrever por escrever, mas até uma necessidade intrínseca de me expressar, de transmitir algo, um pensamento, com ist0 eu possa despertar algo de bom em meus amigos. Muitas vezes mesmo é meu desejo de comunicação, já como disse uma amiga, sou tímido, então a comunicação verbal direta estaria dificultada, então a comunicação via internet mil vezes potencializada. Diga o que disserem, mas o computador aproximou as pessoas, que muitas vezes estavam distantes, e tinham poucas possiblidades de comunicação. E os "bloguistas" podem então dar asas a sua imaginação e exercitar as suas potencialidades, que terão mais ou menos leitores de acordo com suas possibilidades e capacidades. O meu blog é geral, pois trato de qualquer assunto, moderno, contemporâneo, assuntos atuais, problemas brasileiros e outros tantos.
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