A literatura de cordel
Dizem que um mineiro foi ao Rio e um carioca malandro lhe vendeu o Cristo Redentor de papel passado. Mas claro que é brincadeira, os mineiros que são gente boa que me desculpem. Mas um caipira foi à São Paulo e também lhe venderam o prédio do MASP e o EDFÍCIO DO MARTINELLI. Tudo são lendas urbanas. Na é época que eu era criança não tinha televisão e nem esta parafernália toda que hoje existe, a literatura mais difundida entre o povo era a literatura de cordel. Era assim chamada por que eram escritos em livros pequenos e pendurados em barbantes ( cordel) nas bancas de jornal, seriam os livros de bolso de hoje em dia. Lembro-me que minha mãe conseguia recitar quase todos de cor. Tinha um muito engraçado que assim dizia:
São Paulo que mais me amola
Aqueles bondes que nem gaiola,
Ao subir ao bonde,
Topei com um protestante
Bem barrigudo
Levei um tranco dos bens graúdos,
Acabei caindo e quebrei a viola.
Assim eram as histórias inventadas pelo povo, Patativa do Assaré escritor nordestino do cordel acho que sem dúvida mereceria o Nobel nessa literatura, a Cultura popular representado pelo Cordel. Infelizmente tudo está desaparecendo e massificando, a televisão ao mesmo tempo em que divulga muito coisa. Também altera tudo, tira a espontaneidade das coisas realmente populares, da sabedoria do povo. As histórias de Lampião e Maria Bonita todas relatadas pelo cordel. Assim como o fim da Segunda Guerra Mundial que dizia mais ou menos assim:
A Alemanha estava dura,.
Mas Graças a Deus deu-se o final
Agora já terminou a Segunda Guerra Mundial
O cordel era o noticiário do povo, o arauto, o reporter, escrito por homens do povo muito pouco letrados, mas com uma grande sabedoria para transmitir e interpretar os fatos e estavam com o povo, e que geral eram escritos em versos bem rimados..
Hoje a gente não sabe com quem esta imprensa anda metida, mas muitas não defendem os interesses do povo, muitas vezes defendendo interesses de multinacionais, perderam a sua autenticidade. Nem usa o palavreado popular, nem sabe se comunicar com as massas. Urge o povo se alfabetizar melhor para tornar-se consciente de seus direitos. A educação sempre foi o pilar básico de uma sociedade que quer se desenvolver e ser igualitária.
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