sábado, 21 de março de 2009

A Sétima Arte

A Sétima Arte

Eu sei que são reminiscências, ou seja contar fatos passados. No meu tempo era assim ou assado, e a vida era bem melhor. Vou citar um exemplo o caso das enchentes de Santa Catarina ou da Seca no Nordeste, desde mil oitocentos e “bolinhas” que tais fatos acontecem e ninguém toma providência, muito menos os governos e os desmatamentos criminosos continuam, os rios são assoreados, saindo facilmente dos seus leitos, causando as ditas inundações. Se houvesse a prevenção tragédias desta magnitude não aconteceriam. Mais a minha história pretende ser muito mais amena, não quero falar de enchentes e catástrofes e sim de cinema. Era criança, morava na roça e o dia em que vi o cinema fiquei maravilhado com as imagens e as histórias. Saudades daqueles matines em que torcíamos por Durango Kid, Roy Rogers, Zorro e Cia., era uma farra e havia até apostas para ver quem ganhava: o mocinho ou o bandido. Lógico que era marmelada, pois os bandidos sempre perdendo para os nossos heróis para a alegria da petizada. Que lutavam horas inclusive muito bem barbeados, roupa impecável, com seus indefectíveis chapéus na cabeça, que nunca caiam, e os mocinhos é claro eram imortais. Depois vieram as superproduções: Ben Hur, Cleópatra, os Dez Mandamentos, Quo Vadis. As divas do cinema, quem daquela época as esquece? Ava Gardner, Rita Hayworth, Sofia Loren , Lana Turner, Kim Novak entre outras. O Brasil teve até uma companhia de cinema importante a Atlântida onde pontificavam Oscarito e Grande Otelo entre outros. Havia o Neo Realismo italiano em que se procurava aproximar o máximo possível da realidade, aproximando-se o filme do documentário, isto aconteceu logo após a guerra em que diretores inteligentes bastante agastados com a farsa do fascismo, produziam um cinema mais próximo do marxismo, das classes operárias, assim podemos citar Romma cità aperta, Ladri di biciclete, como filmes dessa linhagem, os principais expoentes desta fase são diretores tais como: Vitório de Sica, Roberto Rosseline. Com o cinema Europeu elevando o nível do cinema para uma verdadeira arte, a Sétima Arte. A cidade por mais pequena que fosse sempre tinha o seu cinema para exibição dos filmes. Aí então veio a Televisão que aos poucos foi concorrendo com os nossos cinemas, de início discretamente, mas outras tecnologias audiovisuais foram surgindo tais como o Vídeo Kasset e finalmente os DVD que tornaram possível até mesmo uma sessão de cinema em casa, com todo o conforto que isto traz. Mas a sociedade perdeu muito com o fim dos cinemas que gradativamente foram sumindo das nossas cidades, sendo as casas de espetáculo substituídas por igrejas pentecostais que foram instaladas no local. O cinema com seus recursos audiovisuais foi amplamente utilizado por ditadores fascistas, vide Getúlio Vargas no Brasil e Mussolini na Itália que perceberam o seu potencial de penetração popular, ao lado da diversão procurava-se catequizar as massas para as suas causas políticas. O diretores italianos o usaram como instrumento de crítica da sociedade da época, fazendo o povo pensar. Mas também por outro lado revestiram-no de verdadeira arte. Atualmente virou diversão eletizada, subsistindo praticamente só em Shoping Centers. Acabou o cinema como arte cinematográfica, só existindo praticamente o cinema comercial de Hollywood. O ideal seria associar a arte cinematográfica, espírito crítico dos diretores italianos ao fator diversão e entretenimento. Por fim o cinema brasileiro depois de um período de mesmices e imitação do cinema norte americano, renasce como arte, faz bem o governo em incentivar a arte cinematográfica através de leis, pois faz parte da cultura do povo e constitui a Sétima Arte.

Um comentário:

  1. Olha, amigo, primeiramente sinto-me lisonjeada, depois de ler esse texto impecável da sétima arte, teres comparado-me a alguém tão singular, como Nelson Rodrigues. A mim, parece-me extremamente culto, por isso, seu elogio deixa-me tão feliz.
    Mais uma coisa. Não enganou-se. Quem conhece-me pessoalmente, sempre diz o mesmo " ...devias ter sido psicóloga, pois tem uma visão muito ímpar da situação.Parece que tens uma visão tridimensional..."
    Não sei se é dom, pois creio que determinadas coisas não são aprendidas, sim, desenvolvidas.
    Não aprendi psicologia. Mas consigo naturalmente LER a alma humana. Não pela primeira impressão. Procuro o mais intimo do ser humano.
    Sinto que você, por exemplo, usa o blogg para dar VOZ ao que sua timidez te cala.
    Eu, uso o blogg, para dar vazão á uma multidão dentro de mim, que quer falar todas ao mesmo tempo quando dou VOZ ao pensamento.
    Digamos que todos nós temos um filtro entre a mente e a boca. Eu nasci sem esse dispositivo. Não sou do tipo 'intrometida', pois tenho medo de começar a falar ( notaste pelo tamanho desse comentário, não?) , mas se me dão a vez, quero sempre ser a ultima. Pois depois de mim, sei que não sobrará mais tempo. E que os que ouvem, serão apenas aqueles que gostam de ouvir sobre essa 'visão' que tenho , muito particular das pessoas.
    Obrigado amigo, mais uma vez. E desculpe-me pelo tamanho desse 'pequeno comentário'
    Cuide-se...
    Jinhus

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Gosto de escrever, não o escrever por escrever, mas até uma necessidade intrínseca de me expressar, de transmitir algo, um pensamento, com ist0 eu possa despertar algo de bom em meus amigos. Muitas vezes mesmo é meu desejo de comunicação, já como disse uma amiga, sou tímido, então a comunicação verbal direta estaria dificultada, então a comunicação via internet mil vezes potencializada. Diga o que disserem, mas o computador aproximou as pessoas, que muitas vezes estavam distantes, e tinham poucas possiblidades de comunicação. E os "bloguistas" podem então dar asas a sua imaginação e exercitar as suas potencialidades, que terão mais ou menos leitores de acordo com suas possibilidades e capacidades. O meu blog é geral, pois trato de qualquer assunto, moderno, contemporâneo, assuntos atuais, problemas brasileiros e outros tantos.

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