quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Uma andorinha só não faz verão...



Nuvens esparsas como fiapos de algodão eram iluminados por um sol cor de cobre que tingia o horizonte, na verde vegetação rasteira soprava uma brisa suave de primavera espalhando um perfume de flores no ar. Fazia tempo que Barak procurava sua amada que com seu filho desaparecera no ultimo verão de chuvas torrenciais, gostava dela e de seu rebento, mas pensava que talvez tivessem morrido na voragem daquela enchente. Tudo aconteceu muito rápido. Resolvera construir sua cabana em um baixio porque ficava próxima a fonte d’água, morava ali com sua esposa amada e seu filho. E a vida transcorria normal: caçava, pescava, enquanto Kerouac colhia frutas e verduras silvestres para complementar a alimentação. Tudo transcorria bem até aquele fatídico verão onde parecia que o céu tinha desabado em cascatas ondeantes e a tudo inundou, perdeu as plantações. E o pior perdeu mulher e filho levados pela força das águas. Vivia só desde então já fazia dois anos destes infaustos acontecimentos. Mas tinha ainda  esperança de encontrar mulher e filhos, pois não encontrara os corpos. Ela podia ter sobrevivido, pois era muito esperta e forte podia ter segurado em algum tronco, quem sabe até o filho também se salvara. Mas o tempo estava contra, pois ela ainda não aparecera, resolveu não mudar, permanecer no mesmo local do infausto acontecimento, para que ela o localizasse caso tivesse sobrevivido. O local era mata virgem habitada por muitos animais selvagens e os rios eram piscosos. No fundo era um belo local pra se viver, mas não sozinho, pois a vida foi feita pra ser compartilhada. Com isto perdia a graça de viver e já não sabia que rumo tomar, alimentando sempre uma vaga esperança de encontrá´-la. Mas o tempo passou as estações se sucederam, a voragem das águas dava margem à calma do outono, para em seguida dar passagem ao forte inverno da região com tempestades violentas, nevascas intermináveis que duravam o mês todo. Tinha que estocar tudo para este tempo, pois nesta época a terra nada produzia e a caça era muito escassa. Mesmo os animais passavam fome. E a caça muito perigosa, pois o caçador muitas vezes podia virar caça.  E os anos foram se passando e Barak foi ficando mais velho e com o tempo até esqueceu-se de sua antiga amada. Não se sabe quantas primaveras e invernos haviam passado, pois seus cabelos começaram a cobrir  de uma cor esbranquiçada lembrando a neve, e percebeu que suas forças já não eram as mesmas para caçar e pescar. Então resolveu procurar outros locais pra viver onde houvesse mais tribos, pois estava muito velho para viver sozinho. Saiu para este mundo de meu Deus e andou léguas e léguas, dormiu ao relento, acordou com o rosto orvalhado pela frescura da manhã, via lindos pores do sol, assim como noites frescas e o céu a brilhar com milhões de estrelas. Tudo era muito bonito no mundo. Só nunca mais esqueceu-se de Keurouac, que parece ter se dissolvido na neve ou sumido com a névoa da manhã  Só restava à lembrança do seu porte altivo e de sua tez amorenada, suas belas ancas. Mas Barak viajou por este mundo sem fim. Até que encontrou uma tribo de homens diferentes eram altos espigados e morenos. Eram muito hábeis em manejar o arco e a flecha e em fazer instrumentos. Mas com um linguajar diferente não sabia direito a língua da tribo, mas aos poucos foi se entendendo e resolveu ficar por ali numa velha cabana até arrumou companhia de um esperto cão de caça. O pessoal até que era amistoso e aos poucos foi entendendo a língua da tribo. Perguntou por Kerouac, mas ninguém sabia. Mas decidiu-se não mais procurá-la. Dava a busca por encerrada, pelo menos a sua solidão era menos sofrida ao lado daquele alegre e amistoso povo. 

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Gosto de escrever, não o escrever por escrever, mas até uma necessidade intrínseca de me expressar, de transmitir algo, um pensamento, com ist0 eu possa despertar algo de bom em meus amigos. Muitas vezes mesmo é meu desejo de comunicação, já como disse uma amiga, sou tímido, então a comunicação verbal direta estaria dificultada, então a comunicação via internet mil vezes potencializada. Diga o que disserem, mas o computador aproximou as pessoas, que muitas vezes estavam distantes, e tinham poucas possiblidades de comunicação. E os "bloguistas" podem então dar asas a sua imaginação e exercitar as suas potencialidades, que terão mais ou menos leitores de acordo com suas possibilidades e capacidades. O meu blog é geral, pois trato de qualquer assunto, moderno, contemporâneo, assuntos atuais, problemas brasileiros e outros tantos.

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