sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Coitado do turquinho

Coitado do turquinho








Gato escaldado até medo de água fria tem, mas neste caso não era um gato  e sim um cachorro que se chamava turquinho. Como não sou afeito muito a raças de cachorro vou dizer que era um “cachorro “ paqueiro”, ou seja, habituado a caçar pacas. A paca era um animal roedor de tamanho pequeno acho que em torno de uns 5 k de peso de pelo preto com manchas brancas. Tinha carne saborosissima portanto muito caçado, caminhava por isto para a extinção. Era uma noite de calor, céu limpo e portanto boa visibilidade facilitada pela lua prateada que já ia se assomando no céu. Meu pai anunciou que ia caçar, ele e mais um colega ajuntaram várias parelhas de cachorro paqueiros espingardas em punho mais o material para caça: chumbo, pólvora e demais apetrechos porque as espingardas eram de carregar pela boca. Foram em direção ao mato que havia em frente da nossa casa, era uma mata pequena, mas tinha caça pelo menos no início quando chegamos ao local. Fiquei com vontade de ir a caçada, mas era perigoso segundo meu pai, por causa de risco de acidentes que acontecem nestas caçadas causando as vezes ferimentos graves. Lá foram eles e fico eu esperando a volta e o alarido dos cachorros já se fazia ouvir na mata. Coitada da paca pensava perseguida por ferozes cães tinha pouca ou nenhuma chance. Os animais tinham que tira-la da toca. Com certeza ela iria correndo pelos seus caminhos habituais que fazia chamado “carreiro” denominação dada pelos caçadores. Mas aconteceu um imprevisto lamentável ao invés de surgir a paca apareceu o cachorro turquinho que foi logo alvejado por um tiro de espingarda, ficou seriamente ferido. Meu pai tratou-o com carinho apesar de tê-lo quase matado. Ficando com as patas dianteiras seriamente afetadas, chegando mesmo a perder uma das patas, mas sarou ficando aleijado de uma das patinhas. Oh caçador desastrado.
 Que de paca mesmo não trouxe nada, pelo menos aquele dia. Mas pra sorte nossa o turquinho sarou e andava manquitolando. É engraçado que animal é que nem gente sofre de corpo e alma. Pois ficou supersensível era só ralhar muito que ele gania e latia chorando. Estalar um relho perto dele nem pensar. Eu sabendo disso judiava dele não dando relhada no coitado que havia sofrido tanto. Mas ao ouvir o estalar de um relho mesmo longe era suficiente para fazê-lo latir e ganir como se tivesse sido ferido. Coitado era um “Cachorro escaldado”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Luiz Antonio de Almeida itens compartilhados

Sobre eu e meu blog

Gosto de escrever, não o escrever por escrever, mas até uma necessidade intrínseca de me expressar, de transmitir algo, um pensamento, com ist0 eu possa despertar algo de bom em meus amigos. Muitas vezes mesmo é meu desejo de comunicação, já como disse uma amiga, sou tímido, então a comunicação verbal direta estaria dificultada, então a comunicação via internet mil vezes potencializada. Diga o que disserem, mas o computador aproximou as pessoas, que muitas vezes estavam distantes, e tinham poucas possiblidades de comunicação. E os "bloguistas" podem então dar asas a sua imaginação e exercitar as suas potencialidades, que terão mais ou menos leitores de acordo com suas possibilidades e capacidades. O meu blog é geral, pois trato de qualquer assunto, moderno, contemporâneo, assuntos atuais, problemas brasileiros e outros tantos.

Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
Franca, SP, Brazil
Um tanto solitário, introvertido, gosto de viajar,caminhadas e leituras